A HISTÓRIA DO HOMEM PERDIDO NA CHUVA

Lá vai ele. Desviando - sem motivo - das poças.
Ninguém o sabe; de onde vem, para onde vai.
Vai sozinho; sem capa, sem guarda-chuva.
Caminhando despreocupado, com as mãos nos bolsos.

Tentam chamá-lo mas não sabem seu nome.
Ninguém o sabe; porque vem, porque vai.
Vai sem amigos, sem inimigos, sem nada.
Seguindo o seu caminho só desviando das poças.

Querem protegê-lo. Agradece com um sorriso.
Ninguém o sabe; desde quando vem, até quando vai.
Vai sorrindo sem lenço, sem documento.
Assobiando qualquer coisa sem olhar para trás.

Alguns o acompanham mesmo sem o entender.
Ninguém o sabe; como vem, como vai.
Vai na chuva sem proteção, sem preocupação.
Construindo seu mundo onde a chuva é mera coadjuvante.

- Ninguém o soube; ele veio, mas já se foi.

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