Todo fim é um começo...

Esta, talvez, seja a expressão que melhor defina o meu conceito da própria Oroboro. Embora o ser humano em sua essência tenha uma (in)certa aversão a mudanças, a própria natureza - ou qualquer conceito divino que se creia - encarrega-se de "fechar o ciclo" e dar fim às coisas. Não cabe discutir se este fim é bom ou ruim. Nem se é gradual ou traumático. Acredito apenas que seja necessário.

Como disse há pouco tempo o meu amigo Pedro: são as leis da termodinâmica aplicadas ao universo como um todo. Tudo isso em busca de algo que parece simples: o equilíbrio. Parece. Afinal de contas todos já notamos que em algumas situações é muito mais difícil ser simples. Vejam só o que escreveu o Caio Fernando de Abreu: 
"Sabe, eu acho que não sei fechar ciclos, colocar pontos finais. Comigo são sempre virgulas, aspas, reticências… eu vou gostando… eu vou cuidando, eu vou desculpando, eu vou superando, eu vou compreendendo, eu vou relevando, eu vou… e continuo indo, assim, desse jeito, sem virar páginas, sem colocar pontos…". 
Isto resume bem o que é comum, ou usual. É o velho "empurrar com a barriga"  em alguns casos ou ainda o "medo do desconhecido" em outros.

Acredito, também, que vá muito além do conceito de Eterno Retorno de Nietzsche. Conceito este que se aproxima muito mais de outro símbolo: A Fênix. Ao falar de ciclos não se volta necessariamente ao mesmo começo.

Outra interpretação que se faz da Oroboro é associá-la ao infinito. Além de ser um símbolo diferente (o 8 deitado) também é um conceito diferente. As coisas terminam, sim. Nem sempre da maneira planejada. Nem sempre é um final feliz. Mas sempre há um fim. 

Um ponto.

E um começo...

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